Consórcio liderado por Elon Musk oferece US$ 97,4 bilhões pela OpenAI; Sam Altman responde com provocação
- MATHEUS NUNES DE BARROS
- 10 de fev.
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Atualizado: 12 de fev.

Em um desdobramento dramático, um consórcio de investidores liderado por Elon Musk apresentou uma oferta impressionante de US$ 97,4 bilhões para adquirir a OpenAI, a gigante da inteligência artificial por trás do ChatGPT. A proposta, relatada pela primeira vez pelo The Wall Street Journal em 10 de fevereiro de 2025, marca o mais recente capítulo na longa rivalidade entre Musk e Sam Altman, CEO da OpenAI. A oferta é apoiada pela xAI, empresa de IA de Musk, e por um grupo de investidores proeminentes, incluindo Valor Equity Partners, Baron Capital e o fundo de investimentos do CEO da Endeavor, Ari Emanuel.
A Oferta e Suas Implicações
A oferta de US$ 97,4 bilhões visa assumir o controle da entidade sem fins lucrativos da OpenAI, que supervisiona as operações da empresa. Marc Toberoff, advogado de Musk, afirmou que os recursos seriam usados exclusivamente para promover a missão original da OpenAI: desenvolver IA de código aberto e focada em segurança para o benefício da humanidade. Musk criticou a transição da OpenAI para um modelo com fins lucrativos, argumentando que isso trai os princípios fundadores da empresa.
A OpenAI, atualmente avaliada em US$ 157 bilhões, tem feito uma transição para uma estrutura com fins lucrativos para garantir os recursos necessários para desenvolver modelos de IA de ponta. Essa mudança tem sido um ponto de discórdia entre Musk e Altman, com Musk entrando com várias ações judiciais contra a OpenAI em 2024, acusando a empresa de abandonar suas raízes sem fins lucrativos.
A Resposta Espirituosa de Sam Altman
Em resposta à oferta de Musk, Altman usou o X (antigo Twitter) para uma réplica bem-humorada: “Não, obrigado, mas compraremos o Twitter por US$ 9,74 bilhões, se você quiser.” A provocação faz referência à aquisição do Twitter por Musk em 2022, por US$ 44 bilhões, e destaca a tensão entre os dois titãs da tecnologia. Musk revidou, chamando Altman de “trapaceiro” e “Scam Altman” em posts subsequentes.
A Rivalidade Elon Musk-Sam Altman: Um Breve Histórico
Musk e Altman cofundaram a OpenAI em 2015 como um laboratório de pesquisa sem fins lucrativos, dedicado a desenvolver inteligência artificial geral (AGI) para o bem público. No entanto, a relação entre os dois azedou após Musk deixar a empresa em 2018, supostamente devido a desentendimentos sobre sua direção. Desde então, Musk acusou Altman de priorizar o lucro em detrimento da missão original da OpenAI, enquanto Altman defendeu a transição para fins lucrativos como necessária para financiar os ambiciosos projetos de IA da empresa.
A rivalidade se intensificou em 2024, quando Musk processou a OpenAI, alegando violações antitruste e acusando a empresa de correr para desenvolver AGI visando lucro. A OpenAI respondeu divulgando e-mails que mostravam o apoio anterior de Musk às iniciativas com fins lucrativos da empresa.
O Cenário Mais Amplo da IA
A oferta surge em um momento crucial para a OpenAI, que se consolidou como líder em IA generativa após o lançamento do ChatGPT em 2022. A empresa garantiu investimentos significativos da Microsoft e está perto de finalizar um acordo de US$ 40 bilhões com a SoftBank, que valorizaria a OpenAI em US$ 260 bilhões.
Enquanto isso, a xAI, de Musk, tem se posicionado como concorrente da OpenAI, com seu modelo de código aberto Grok. Musk enfatizou o compromisso da xAI com transparência e segurança, contrastando-o com a percepção de que a OpenAI se afastou desses valores.
O Que Vem Por Aí?
O conselho da OpenAI ainda não respondeu formalmente à oferta de Musk, mas a rejeição rápida de Altman sugere que a proposta tem poucas chances de sucesso. No entanto, a proposta reacendeu debates sobre a ética no desenvolvimento de IA e o papel do lucro no avanço de tecnologias transformadoras.
Enquanto a guerra pela IA se intensifica, a rivalidade entre Musk e Altman continua a cativar o mundo da tecnologia. Seja a OpenAI permanecendo independente ou cedendo a pressões externas, suas decisões moldarão, sem dúvida, o futuro da inteligência artificial.
Por enquanto, a bola está com a OpenAI — e os riscos nunca foram tão altos.
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